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Lateralidade

 

A lateralidade é um dos fundamentos da psicomotricidade o qual se refere a consciência de que o corpo possui uma linha média que o divide nos lados direito e esquerdo. Esse conceito vem sendo aprofundado desde os primeiros estudos sobre dominância cerebral (PACHER; FISCHER).

Em indivíduos que apresentam transtorno do neurodesenvolvimento percebe-se algumas alterações na arquitetura neural, o que acaba por explicar alguns sintomas. A fala por exemplo, é majoritariamente trabalhada no lado esquerdo do cérebro e para os indivíduos que tem dificuldade na fala o cérebro pode ter alguma organização atípica nesse hemisfério; porém, a lateralidade não se resume ao aspecto biológico. No estudo da psicomotricidade esse é um dos fatores mais importantes a serem estimulados tanto para um bom desenvolvimento infantil neurotípico, quanto em casos de transtornos psicológicos e neurais (DE SOUZA; TEIXEIRA, 2011),

A lateralização geralmente é relacionada com o aspecto motor, mas como foi dito por Bobbio et al., (2006) também se relaciona com a organização intersensorial e a conscientização simbólica dos lados direito e esquerdo. Além disso, estudos comprovam a fala de Romero (1988, p. 9 apud PACHER; FISCHER) de que os problemas de leitura e escrita também são influenciados pela lateralidade do indivíduo.

Em relação ao diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) Rodrigez et al., (2010 apud FERNANDES et al., 2020) afirma crianças com este diagnóstico tem a linguagem mais desenvolvida do que aquelas menos lateralizadas. Diante disso, conclui-se que a estimulação da lateralidade, seja ela através do tato, da visão, ou de qualquer outro sentido é necessária não apenas para criação de consciência de direita e esquerda, como também está relacionada a todos os aspectos motores da criança.

A partir desta fundamentação teórica, a Neurobrinq criou no Parque iUP6D diversas ferramentas que possibilitam formas variadas de intervenções, que estimulam o desenvolvimento motor de forma global, como também a lateralidade. Um dos exemplos é o “Piano Humano”, que associado com os refletores RGB dispostos em meio círculo no teto da sala permite que a criança acione cada refletor com apenas um toque, o que faz com que ela perceba visualmente o lado esquerdo e o direito, dependendo do que, ou quem ela toque durante a atividade.

A parede de escalada dentro da sala multidisciplinar também é utilizada como um equipamento importante para trabalhar a lateralidade, pois quando associada a comandos e acionamentos sensoriais dos dispositivos do tablet, acessa diversas vias de percepções sensoriais promovendo o desenvolvimento de funções executivas, possibilitando a criação de novas redes sinápticas. Estes são só alguns exemplos das ferramentas e multi recursos de terapias propostas neste ambiente que promovem o desenvolvimento psicomotor de forma mais assertiva, possibilitando um melhor desempenho e desenvolvimento do paciente neste aspecto. A sala multidisciplinar oferece liberdade, autonomia e um infinidade de recursos para que os profissionais criem planos terapêuticos mais dinâmicos e efetivos para seus pacientes.

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REFERÊNCIAS:

BOBBIO, T. G. et al. Avaliação da dominância lateral em escolares de dois níveis socioeconômicos distintos no município de Campinas, São Paulo. Revista Paulista de Pediatria. Campinas, v. 24, n.3, p.74,2006.

DE SOUZA, Rosana Machado; TEIXEIRA, Luis Augusto. Sobre a relação entre filogenia e ontogenia no desenvolvimento da lateralidade na infância. Psicol. Reflex. Crit., [s. l.], 2011.

FERNANDES, Lidiane Aparecida et al. Análise da Lateralidade e Destreza Manual em Crianças com Transtorno do Espectro Autista. Revista Brasileira de Educação Especial, [s. l.], Oct./Dec. 2020.

PACHER, Luciana Andréia Gadotti; FISCHER , Julianne. LATERALIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA. Associação Educacional Leonardo da Vinci – ASSELVI, [s. l.], [200-?].

 

 

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