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Tecnologia de ponta ajuda no desenvolvimento de crianças com Síndrome de Down

Parque Multidisciplinar iUP6D contratado pela ONG mineira Mano Down permite múltiplos estímulos simultâneos na intervenção precoce das crianças; terapeuta ocupacional descreve a sala como um ambiente lúdico que encanta crianças, pais e educadores.

 

Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), março de 2023 – O Parque Multidisciplinar iUP6D, ambiente voltado à educação e a terapias de reabilitação de crianças com transtorno de neurodesenvolvimento, está sendo utilizado com bons resultados também para o desenvolvimento de crianças com síndrome de Down. “Alcançamos em 4 ou 5 sessões na sala iUP6D o mesmo resultado obtido com 3 meses de tratamento tradicional”, atesta a terapeuta ocupacional Mariana Oliveira, coordenadora da equipe de saúde do Instituto Mano Down.

Com sede na capital mineira, o Instituto faz mais de mil atendimentos mensais na intervenção precoce de crianças com síndrome de Down, de zero a três anos de idade e instalou em uma de suas salas o Parque Multidisciplinar iUP6D. Em funcionamento desde abril de 2022, oferece, em um espaço de 30 metros quadrados, recursos como simuladores de vento e chuva, com o acionamento de jatos de spray de água e ar, difusores de essências olfativas, colunas de bolhas iluminadas, piscina de bolinhas iluminadas, feixe de fibras ópticas terapêuticas, equipamento para dispersão de bolhas de sabão, entre outros, bem como softwares de produção de filmes sensoriais e para testes cognitivos. A sala é conectada a um servidor por meio de tecnologia IoT, em uma rede de wi-fi privada.

“Chamamos isso aqui de sala mágica”, resume Mariana. “Temos que deixar a porta trancada, pois as crianças correm para a sala para brincar”, conta. Segundo a terapeuta ocupacional, o ambiente é extremamente lúdico e atraente. “Ainda que seu objetivo principal seja auxiliar na estimulação precoce, outros educandos do instituto, jovens e adultos com Síndrome de Down, também ficam maravilhados ao terem experiências terapêuticas nessa sala”, comenta. De acordo com ela, a equipe de 14 terapeutas do Instituto reveza-se no uso da sala. “Tivemos que criar uma agenda online para reservar os horários, de tão disputada que ela ficou. Os resultados que as crianças conquistam são maravilhosos”, relata.

Estímulos a todos os sentidos

Para Mariana, os inúmeros recursos do Parque iUP6D – como a mudança de cor da piscina de bolinhas, conforme a programação; a possibilidade da emissão de dezenas de cheiros diferentes; um tapete interativo com vários braços, imitando as teclas de um piano de chão; uma parede de escalada; simuladores de vendo e difusores de essências, simuladores de chuva – transformam exercícios em brincadeiras surpreendentes e divertidas. 

“Criamos aqui inúmeras atividades. Por exemplo, para sensibilizar os jovens do Instituto sobre o corpo humano, usamos as fibras ópticas coloridas para simular os vasos capilares; no piano, em cada tecla, indicamos um dos órgãos do corpo humano; o tubo de bolhas representou como funcionam as artérias”, exemplifica a coordenadora do Mano Down. Ela detalha que, nos casos de síndrome de Down, os educandos aprendem muito melhor quando têm experiências visuais e táteis. “E a sala, efetivamente, nos permite fazer representações nas quais podem tocar e interagir”, testemunha. 

Mariana conta que o Instituto está coletando dados de grupos que têm trabalhado em sessões de terapia no iUP6D para um estudo a ser conduzido posteriormente com uma universidade, para atestar os ganhos significativos de aprendizado e habilitação que a entidade tem obtido.

Habilidades sensoriais e aprendizado

Desde a sua origem, o objetivo do parque multidisciplinar, fornecido pela startup Neurobrinq, é a aceleração do aprendizado.  Gregston Marques, fundador e CEO da Neurobrinq, informa que a empresa nasceu a partir dos resultados de um estudo realizado entre 2016 e 2017 pela neuropsicopedagoga Anahid Lyzandra Fernandes, que, depois, tornou-se co-fundadora da startup. Esta pesquisa registrou um aumento de performance de 32% nas habilidades sensoriais, cognitivas, motoras, sociais e na fala das crianças pré-escolares, quando estimuladas já na primeira infância*. 

Diante das constatações da pesquisa, Gregston desenvolveu o projeto dos Parques iUP6D para que pudesse estimular todos os sentidos: desde o tato, a visão, a audição, o paladar, o olfato, ao equilíbrio em movimento (considerado o sexto sentido). O ambiente desenvolvido foi fruto da consultoria de especialistas em várias áreas – da pedagogia, fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia, à neuropsicologia e à medicina. “Projetamos o iUP6D para transformar o espaço de terapia em um ambiente interativo, que reage de acordo com a programação e necessidade do terapeuta, oferecendo recursos tecnológicos simultâneos e contextualizados”, resume Marques.

Há pessoas que nasceram para transformar a vida de outras, que despertam algo especial e nos fazem acreditar num mundo melhor, mais inclusivo e onde o amor seja a resposta para tudo! O dia de hoje é de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome de down, mas não posso deixar de dedicar nossos agradecimentos para os profissionais que atuam na estimulação, educação e reabilitação e que promovem, oportunidade rumo a autonomia destes indivíduos.

O nosso muito obrigado!

Gregston Marques (CEO) – Neurobrinq

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